segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Werdum faz planos para voltar ao UFC e elege rival: Brendan Schaub. Em papo sobre a carreira, peso-pesado compara vitória sobre Fedor ao nascimento da filha. Ele faz campanha para lutar no Brasil, em janeiro.

Fabrício Werdum ufc (Foto: Esther Lin/Strikeforce)
A derrota para o compatriota Junior Cigano dos Santos, em outubro de 2008, foi a chave para Fabrício Werdum abrir a porta de saída do UFC. Mas, neste caso, o divisor de águas funcionou para o bem. Se o destino não tivesse operado daquela maneira, o brasileiro não teria assinado com o Strikeforce e tido a chance de encarar, e vencer, o até então considerado imbatível Fedor Emelianenko, que não perdia há quase dez anos, ou incríveis 29 lutas. O grandioso e surpreendente feito do dia 26 de junho de 2010, na Califórnia, ao lado do nascimento da filha Julia, é considerado pelo próprio lutador uma das duas maiores emoções de todos os seus 34 anos de vida.
- Foi a melhor luta que fiz na minha carreira. Eu treinei muito tempo, já tinha em mente essa vitória, e ninguém acreditava em mim. Tive a oportunidade e peguei ele no triângulo com 1m09s - disse.
O último resultado, no entanto, não foi o que o peso-pesado esperava. Em junho, um ano após chocar o mundo e dar início à decadência do lendário russo, Werdum caiu na decisão por pontos diante do holandês Alistair Overeem, a quem tinha vencido no primeiro encontro. Com o confronto entre eles empatado em 1 a 1, ele agora pede o desempate.
Direto de Los Angeles, onde mora e treina, "Vai Cavalo", como é conhecido, concedeu entrevista exclusiva por telefone ao SPORTV.COM. Ainda sob contrato com o Strikeforce, evento adquirido pelo UFC, ele revela que está na expectativa para voltar ao octógono mais balalado do mundo. E já tem até um adversário em mente: o americano Brendan Schaub, que perdeu para Rodrigo Minotauro no UFC Rio e com quem trocou provocações por meio do Twitter recentemente. E, por falar em Rio, o lutador já sonha até com o local para seu retorno: Arena da Barra, no UFC 142, dia 14 de janeiro de 2012. Confira abaixo o bate-papo:
Fabrício Werdum ufc treinamentos (Foto: Esther Lin/Strikeforce)Em treino com Mark Muñoz, Shogun, Wanderlei Silva e o mestre Rafael Cordeiro.
Você tirou uma invencibilidade do Fedor de quase dez anos. Como foi? Por que acha que ele perdeu mais duas lutas depois disso? Acha que o Fedor está acabado?
- A vez em que ganhei dele foi um dos dois melhores momentos da minha vida. O outro foi quando minha filha nasceu. Foi a melhor luta que fiz na minha carreira. Treinei muito tempo, já tinha em mente essa vitória, e ninguém acreditava em mim. Tive a oportunidade e peguei ele no triângulo com 1m09s. Estávamos com pouco suor no início, e isso influenciou bastante para o golpe encaixar. Isso fazia parte da minha estratégia e do meu professor Rafael Cordeiro. Sempre vou considerar o Fedor como um dos melhores do mundo, ele lutou só com os melhores, e acho que ele tem a possibilidade de voltar. Tudo pode acontecer no mundo da luta, ainda mais nos pesados.
O objetivo maior é o cinturão, mas não penso nisso agora. Isso vem com o tempo. Primeiro eu quero voltar para o UFC"
Fabrício Werdum
Você ainda tem contrato com o Strikeforce? Como está sua situação neste momento? Existe alguma negociação para seu retorno ao Ultimate?
- Estou com contrato com o Strikeforce, renovei por quatro lutas depois que ganhei do Fedor. Mas aí o UFC comprou (o Strikeforce). Foi ótimo por um lado, porque o UFC é o maior evento do mundo, mas por outro lado eu não sei, por causa da oportunidade de lutar. Quanto mais eventos, mais oportunidades. Minha motivação é ver que todo mundo está indo para o UFC. Até fiz campanhano Twitter. E o Dana White (presidente da organização) comentou depois.
E essa campanha foi ideia sua?- Foi ideia minha. Machuquei o olho no treino esses dias e fiquei sem nada para fazer. Estava em casa e pensei em fazer alguma coisa, inventar alguma coisa. Contei depois com meu amigo e vi que recebi mais de mil hashtags "#WERDUMUFCRIO2". No primeiro UFC Rio, eu fiquei emocionado só de ver. A torcida brasileira é a melhor torcida do mundo.
Então, o que está faltando para você voltar?
- Eu não sei o que está faltando. Cheguei a conversar com o Joe Silva, que casa as lutas. Cogitou-se essa luta minha com o Brendan Schaub. Seria para o dia 30 de dezembro (no UFC 141). Estavam querendo que ele enfrentasse o Shane Carwin nesse evento, mas o Carwin acabou se machucando. Para mim seria ótimo.
Fabrício Werdum ufc filha (Foto: Esther Lin/Strikeforce)Werdum e a filha Julia.
Você saiu do UFC depois de ter perdido para o Cigano (no UFC 90). O que houve naquela ocasião?
- A saída foi por causa de uma renegociação, e eu não estava de acordo. Não era justo renegociar o que já era certo. Eu tinha mais quatro lutas, e quiseram renegociar isso depois da derrota para o Cigano. Naquele momento eu até errei. Mas era para ter acontecido mesmo. Se não fosse isso, não teria feito a melhor luta da minha vida, contra o Fedor. Para você ver como o destino é fogo.
Houve uma recente troca de farpas entre você e o Brendan Schaub no Twitter...- Ele me viu em um dia e no outro dia deu uma entrevista dizendo que gostaria de lutar comigo. Respondi no Twitter que com certeza, que estaria pronto na hora que ele quisesse. Comecei a treinar e coloquei na minha cabeça que vou lutar no dia 30 de dezembro. Não sei se vai rolar no dia 30 ou dia 14 (de janeiro de 2012), no Brasil. Se fosse para escolher, seria no Brasil. Se não acontecer com o Brendan, pode ser com qualquer um. Minha meta agora é mostrar que estou bem.
Fabrício Werdum ufc academia (Foto: Esther Lin/Strikeforce)O brasileiro é dono de uma academia em Los
Angeles, onde dá aulas.
Mas essa incerteza sobre o futuro não te incomoda?- Com certeza me incomoda. O ideal para mim seria lutar quatro vezes por ano, senão você perde o ritmo de luta. No dia da luta, isso faz muita diferença. Eu quero apagar essa derrota (para Overeem). O objetivo maior é o cinturão, mas não penso nisso agora. Isso vem com o tempo. Primeiro, eu quero voltar para o UFC.
E sua derrota no Strikeforce para o Alistair Overeem? O que deu errado?
- Contra o Overeem, não foi uma boa luta. Muita gente não viu que machuquei meu joelho no meio da luta. O meu joelho saiu do lugar. Muita gente disse que eu ganhei também. Foi uma luta feia, esquisita. Eu não estava forte, e ele estava muito forte. Era uma luta muito esperada, mas ele não fez nada, eu chamava e ele não vinha. A gente luta para dar show para o público, o que não aconteceu.
Tem palpite para a luta entre Overeem e Brock Lesnar, no UFC 141?
- Acho que vai dar Overeem, ele é mais técnico que o Brock, mas com certeza o Brock é muito forte, bota bem para baixo. Ele vai nocautear o Brock na joelhada. Mas se o Overeem entrar no jogo, o Brock ganha por finalização. Gostaria que ganhasse o Overeem, para fazermos a terceira luta. Estamos empatados por 1 a 1. Antes de ele lutar pelo cinturão, é o plano que tenho na minha cabeça.
Aos 34 anos, acha que ainda tem muita luta para fazer?
- Pretendo lutar mais quatro ou cinco anos, enquanto meu corpo aguentar. Estou correndo atrás.
Fonte:sportv.com
Postado por Guilherme Lourenço.

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