segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Morador de Contagem-MG, único algoz de Cigano, Mamute luta para se firmar e sonha com UFC.

O atual campeão dos pesos-pesados do UFC, Júnior "Cigano" dos Santos, tem apenas uma derrota em seu cartel de 15 lutas no MMA. Se precisou de apenas 1m04s para tirar o cinturão de Cain Velásquez, no último dia 12, o catarinense durou apenas nove segundos a mais em seu duelo contra Joaquim "Mamute" Ferreira, em novembro de 2007. De lá para cá, porém, os dois lutadores seguiram caminhos inversos: enquanto Cigano logo rumou para o Ultimate e não perdeu mais, Mamute sofreu uma série de derrotas e ainda luta para se firmar no exterior.
Joaquim "Mamute" Ferreira finaliza Júnior "Cigano" dos Santos em 2007 (Foto: Arquivo Pessoal)Joaquim 'Mamute' Ferreira finaliza Júnior 'Cigano' dos Santos no MTL, em 2007 (Foto: Arquivo Pessoal)
Há quatro anos, Cigano e Mamute nutriram uma breve rivalidade como dois dos pesos pesados mais promissores do MMA brasileiro. O primeiro confronto aconteceu em 29 de abril, durante o torneio XFC, no Rio de Janeiro. As lutas consistiam de um round de 10 minutos, e cada um teve de passar por uma semifinal antes de chegarem à decisão. Enquanto Cigano nocauteou Edson Paredão, Mamute foi até o fim contra André Mussi. Na final, o desgaste fez a diferença para o atual campeão do Ultimate.
- Acho que ele realmente me venceu, mas troquei com ele de igual para igual e estava vencendo até a metade do combate. Mas aí fui me cansando e não conseguia mais derrubá-lo, e ele foi melhor na trocação... Então, o juiz parou essa luta faltando muito pouco pro fim do round. Ele também estava muito cansado, mas os juízes deram a vitória para ele - lembra Mamute, em entrevista ao SPORTV.COM.
Joaquim "Mamute" Ferreira (Foto: Arquivo Pessoal)Mamute acena para a plateia no MMA Attack, em
Varsóvia, na Polônia (Foto: Arquivo Pessoal)
A esperada revanche aconteceu sete meses depois, no MTL, em São Paulo. Desta vez, Mamute não deu chance para dúvidas: logo no início, agarrou Cigano pelas pernas e jogou contra o chão. O catarinense conseguiu sair de baixo, mas ao tentar se levantar e golpear, deixou os braços vulneráveis ao paulista radicado em Minas Gerais, membro da Gracie Barra BH. Ferreira agarrou o braço direito do rival e firmou uma chave de braço, deixando a Júnior apenas uma opção: bater e conceder a derrota, com apenas 1m13s de combate.
Parecia ser o início de grandes coisas para Mamute, que venceu três lutas em seguida e foi lutar no M-1 Challenge. Entretanto, uma derrota na Coreia do Sul para Hae Joon Yang, por nocaute técnico em apenas 14s, o trouxe de volta ao circuito nacional e iniciou uma série de quatro derrotas para lutadores duros, como Glover Teixeira e Edinaldo Lula. Em 2010, ele fez seis lutas, incluindo uma série de três vitórias. O título de Cigano no último sábado trouxe o nome de Mamute de volta à tona, mas o lutador paulista nunca parou. Ele esteve em ação apenas uma semana antes, em 5 de novembro, em sua primeira luta no MMA Atack, evento polonês.
- Vivo num estado que não tem tanta tradição neste esporte. Tenho excelentes treinadores aqui, meu mestre é o Draculino, mas faltava incentivo, faltavam "managers", e com isso tudo, fui lutando. Tinha que aceitar qualquer luta porque vivo do esporte, e não dá para ficar esperando se o UFC vai chamar ou não. Hoje melhorou muito, tenho um agente que cuida da minha carreira, tenho mais suporte - explica.
Joaquim "Mamute" Ferreira é anunciado como vencedor contra Júnior "Cigano" dos Santos em 2007 (Foto: Arquivo Pessoal)O árbitro Arthur Mariano levanta o braço de Mamute
após vitória sobre Cigano (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 30 anos de idade, Mamute dá aulas de jiu-jítsu em Contagem, onde mora, e treina em Belo Horizonte. Um tira-teima com Cigano é a última coisa que passa na mente do lutador, que tem outro motivo para sonhar com o UFC: o filho de cinco anos, que já pratica taekwondo, jiu-jítsu e natação.
- Quero muito entrar lá, tentar dar um futuro melhor para meu filho, viver melhor. Não é pela fama, é porque hoje o UFC é o topo, e todo atleta quer chegar ao topo. Se tiver de fazer outra luta contra ele (Cigano), vou fazer amarradão, assim como faço com todos os outros adversários que tive - diz Ferreira.
Por ora, Mamute garante que a rivalidade com o novo campeão do Ultimate ficou no passado. O lutador assistiu à disputa do cinturão contra Cain Velásquez e vibrou intensamente com o triunfo do ex-adversário.
- Não era só ele, era o Brasil ali. Torci demais por ele e fiquei muito feliz por ter vencido! Cigano é um grande lutador, tem uma história de vida muito simples. Ele tem todo o mérito de estar onde está e espero que seja campeão por muito tempo - afirma.
Único a nocautear o campeão, Feijão garante: jamais enfrentará Cigano
Rafael Feijão Cavalcante mma strikeforce (Foto: Esther Lin/STRIKEFORCE)Rafael Feijão derrubou Cigano em treino na Team
Nogueira (Foto: Esther Lin/STRIKEFORCE)
Mamute derrotou Cigano, mas por finalização. O atual campeão dos pesos-pesados já nocauteou nove homens, mas jamais sofreu um nocaute em lutas oficiais. Nos treinos, apenas uma pessoa fez Júnior dos Santos "apagar": o peso-meio-pesado Rafael "Feijão" Cavalcante, ex-campeão do Strikeforce e seu companheiro de equipe na Team Nogueira.
Feijão não gosta de comentar o feito, revelado por Cigano em entrevista ao programa"Sensei SporTV" - "É coisa normal do treino", diz. Faz parte do código de conduta da Team Nogueira, onde ninguém enfrenta um companheiro de equipe, regra quase sagrada que, quando quebrada por Vitor Belfort ao pedir uma luta contra Anderson Silva, causou a ira do campeão dos pesos-médios.
- Não o enfrentaria nem se fossemos da mesma categoria. Somos uma família. Passo mais tempo com ele do que com minha família de verdade. Ele é como se fosse um irmão para mim - afirma o paulista, que não vê ninguém derrubando Cigano tão cedo. - Ninguém é invencível, mas vai ser difícil, porque ele se movimenta muito. A gente diz que o golpe que derruba é o que a gente não vê, e ele vê bem os golpes, se antecipa.
Mamute, por sua vez, concorda com a opinião reinante que o caminho para derrotar Cigano ainda é o mesmo que ele usou: jogar no chão.
- Apesar de que todos melhoram com o tempo, pois o MMA é um esporte de metamorfoses... Acho que um bom lutador de chão, que derrube bem e não o deixe voltar em pé, tem boas chances - analisa o produto da Gracie Barra.
Fonte:globoesporte.com
Postado por Guilherme Lourenço.

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