Gladiador faz sétimo jogo no Brasileirão, mas pouco aparece no 0 a 0. Em duelo tático, Felipão e Luxa veem chances, mas sofrem com falta de criação
Era natural que o duelo entre Palmeiras e Flamengo fosse cercado de expectativas, até pela recente polêmica envolvendo o atacante Kleber. Mas, na volta do Gladiador ao time de Luiz Felipe Scolari, ninguém brilhou. Em um jogo muito brigado taticamente, mas de poucas chances reais, Verdão e Fla ficaram no 0 a 0 nesta quarta-feira, no Pacaembu, e mantiveram suas posições na tabela do Campeonato Brasileiro. A equipe da casa até buscou mais o gol, mas não conseguiu traduzir essa superioridade no resultado final. O atacante do Palmeiras fez seu sétimo jogo na competição e não pode mais jogar por outro clube da Série A, dando fim ao polêmico interesse do próprio Fla em seu futebol.
Quente, mesmo, só o final da partida. Revoltado com uma suposta falta de fair play de Kleber, o goleiro Felipe esbravejou em direção ao adversário e gerou um princípio de confusão generalizada. Leandro Vuaden, árbitro da partida, nada fez.
O empate revela o equilíbrio entre Palmeiras e Flamengo, duas das equipes mais organizadas desse Brasileirão. Os comandados de Luxa chegam aos 20 pontos e seguem na terceira posição, ainda invictos no campeonato e na perseguição ao líder Corinthians. Com 19, o Verdão mantém o quarto lugar, segue sem perder em casa, mas perde os 100% de aproveitamento como mandante.
Na próxima rodada, o Palmeiras vai até Volta Redonda enfrentar o Fluminense, às 16h. Já o Flamengo, sem os suspensos Ronaldinho e Thiago Neves, pegará o Ceará no sábado, às 21h, em Macaé.
Jogo duro...
O clima amistoso fora das quatro linhas não se manteve em campo. Antes do apito inicial, Felipão e Luxemburgo se cumprimentaram e ainda abraçaram a maioria dos jogadores adversários. Mas, nos primeiros três minutos, uma entrada de Marcos Assunção em Willians e outra de Renato em Cicinho mostraram que a temperatura seria alta – com a conivência do árbitro Leandro Vuaden, habituado a marcar poucas faltas.
Taticamente, o Fla conseguiu dominar o meio-campo pelos primeiros 20, 25 minutos. Isso porque as mobilidades de Airton, Renato e Willians confundiram a marcação palmeirense. Pelo lado direito do ataque, Thiago Neves levou vantagem sobre Gabriel Silva e criou as duas melhores chances rubro-negras – uma delas exigiu grande defesa de Marcos.
O ataque palmeirense era tímido, já que Cicinho se preocupava com a marcação em Ronaldinho Gaúcho. Quando resolveu deixar o camisa 10 do Fla um pouco de lado, o Verdão cresceu demais no setor ofensivo. Como Ronaldinho não costuma voltar para acompanhar o lateral, Cicinho avançou livre por várias vezes para tabelar com Maikon Leite. A partir daí, o Fla se resguardou na defesa, o Palmeiras começou a criar oportunidades, e a torcida inflamou.
Mesmo apagado, Kleber mostrou a habitual garra, deu carrinho e reclamou de um pênalti não marcado por Leandro Vuaden. Em tabela com o Gladiador, Maikon Leite quase abriu o placar. Depois, o próprio Maikon perdeu chance clara dentro da área. Sem guardar posição, o atacante se movimentou pela esquerda e também pela direita. O gol não saiu, mas o Verdão já havia achado o caminho para levar perigo ao rival.
E se os gringos jogassem?
O palmeirense Valdivia e o agora aposentado Petkovic assistiram de camarote ao duelo no Pacaembu. Se estivessem em campo, certamente resolveriam a falta de criação que assolou as duas equipes. Na segunda etapa, o Palmeiras foi mais perigoso graças à intensa movimentação de Maikon Leite, que se fixou mais pela esquerda, próximo a Luan e Kleber – Patrik passou a cair pela direita, sem sucesso.
Do outro lado, Vanderlei Luxemburgo manteve Ronaldinho na dele, pela esquerda, recebendo passes e devolvendo com açúcar. Até gol por cobertura ele tentou, fazendo Marcos se esticar todo para espalmar (o lance já não estava valendo, é verdade). Também cobrou falta quase perfeita, exigindo outra intervenção do "Santo". A inoperância de Deivid no comando do ataque impediu que a habilidade do camisa 10 fosse mais útil – irritado, Luxa substituiu o centroavante por Diego Maurício.
Cada um a seu modo, Palmeiras e Flamengo tentaram desatar o nó provocado pelos setores de meio-campo. Kleber, Luan e Maikon receberam marcação forte. Assim, a bola parada de Marcos Assunção passou a ser o principal perigo. Sem domínio da posse de bola, o Fla ficou na dele, se defendendo e esperando um só contra-ataque para matar o jogo – que não veio.
Aos poucos, a torcida diminuiu o ritmo, contagiada pela partida sonolenta que se desenhava. Verdão e Fla também passaram a se conformar com a igualdade sem gols – ganhar um ponto ainda é melhor do que ficar sem nenhum. Faltou aquele “algo mais”, essencial para quem está na caça ao líder Corinthians. Algo mais que estava nas tribunas: Valdivia deve voltar no próximo jogo, contra o Fluminense. Pet, aposentado, não reforça mais o Flamengo.
Marcos, Cicinho, Maurício Ramos, Thiago Heleno e Gabriel Silva; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik (Tinga) e Luan; Maikon Leite (Dinei) e Kleber. | Felipe, Léo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Junior Cesar; Airton, Willians (Bottinelli), Renato e Thiago Neves (David); Ronaldinho e Deivid (Diego Maurício). |
Técnico: Luiz Felipe Scolari | Técnico: Vanderlei Luxemburgo |
Cartões amarelos: Luan, Gabriel Silva (PAL); Ronaldo Angelim, Thiago Neves, Ronaldinho (FLA) | |
Estádio: Pacaembu, em São Paulo (SP). Data: 20/07/2011. Árbitro:Leandro Vuaden (Fifa-RS). Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa-PR) e Kleber Lucio Gil (SC). Público: 33.575 pagantes. Renda: R$ 977.922,00. |
Postado por: Alan Beltrano
Fonte: GLOBOESPORTE.COM
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